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    Bula do Anfotericina B

    Princípio Ativo:Anfotericina B

    Karime Halmenschlager Sleiman
    Revisado clinicamente por: Karime Halmenschlager Sleiman.Atualizado em: 04 de Setembro de 2020.

    Anfotericina B, para o que é indicado e para o que serve?

    Anfotericina B é indicado para o tratamento de candidíase invasiva grave e também como terapia de segunda linha para o tratamento de infecções fúngicas sistêmicas graves em pacientes que não responderam à Anfotericina B convencional ou outros agentes antifúngicos sistêmicos, naqueles que apresentam comprometimento renal ou outras contraindicações à Anfotericina B convencional ou em pacientes que desenvolveram nefrotoxicidade associada à Anfotericina B. O tratamento com Anfotericina B é indicado como tratamento de segunda linha para aspergilose invasiva, meningite criptocócica e criptococose disseminada em pacientes com HIV, leishmaniose cutânea e visceral em pacientes com HIV, fusariose, coccidiomicose, paracoccidioidomicose, histoplasmose, zigomicose e blastomicose.

    Quais as contraindicações do Anfotericina B?

    Anfotericina B é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida à Anfotericina B ou a qualquer componente da formulação, a não ser que, na opinião do médico, o benefício do tratamento supere o risco de hipersensibilidade.

    Anfotericina B é um medicamento classificado na categoria de risco C na gravidez. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

    Como usar o Anfotericina B?

    Ao iniciar o tratamento pela primeira vez, uma dose teste de Anfotericina B deve ser administrada imediatamente antes da primeira infusão.

    O medicamento Anfotericina B é estéril, portanto, as técnicas de assepsia e antissepsia devem ser rigorosamente observadas durante todo o manuseio do produto, uma vez que a formulação de Anfotericina B não contém nenhum agente conservante microbiológico.

    Preparação para Infusão

    1. Agitar o frasco suavemente até que não haja evidência de qualquer sedimento amarelo no fundo.
    2. Retirar a dose adequada de Anfotericina B do número necessário de frascos, em uma ou mais seringas estéreis usando uma agulha calibre 18.
    3. Remover a agulha de cada seringa preenchida com Anfotericina B substituindo-a pela agulha-filtro de 5 µ fornecida com cada frasco do produto. Pode-se usar uma única agulha-filtro para filtrar o conteúdo de até quatro frascos de 100 mg.
    4. Introduzir a agulha-filtro da seringa em uma bolsa de infusão IV contendo solução glicosada a 5% USP, e esvaziar o conteúdo da(s) seringa(s) na bolsa.
    5. A concentração final da infusão deve ser de 1 mg/mL. Em pacientes pediátricos e naqueles com doença cardiovascular ou restrição hídrica o medicamento pode ser diluído em solução glicosada a 5% até uma concentração final máxima para infusão de 2 mg/mL.
    6. Antes da infusão, homogeneizar a bolsa até que o conteúdo esteja completamente misturado. Caso o tempo de infusão exceda 2 horas, misturar o conteúdo da bolsa de infusão, homogeneizando-a a cada 2 horas.
    7. Devido à alta viscosidade da solução glicosada a 5% e à indicação de uma velocidade máxima de infusão de 2,5 mg/kg/h, é recomendando o uso de uma bomba de infusão para maior controle sobre este parâmetro.

    Não usar a mistura após a diluição com solução glicosada a 5% se houver qualquer evidência de substância estranha. Os frascos devem ser usados uma única vez. O material não aproveitado deve ser descartado. Deve-se observar rigorosamente a técnica asséptica durante todo o período de manipulação do Anfotericina B.

    Cuidado: não diluir com soluções salinas. Não misturar com outros medicamentos ou eletrólitos, uma vez que a compatibilidade de Anfotericina B com esses produtos não foi estabelecida. O acesso intravenoso existente deve ser lavado com solução glicosada a 5% antes da infusão de Anfotericina B, ou um acesso separado deve ser usado para a infusão. Não usar um filtro de linha. 

    A suspensão diluída, pronta para o uso, é estável por até 48 horas de 2ºC à 8ºC e por um período adicional de 6 horas em temperatura ambiente.

    Não há estudos de Anfotericina B administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via intravenosa. 

    Atenção: não substitua a prescrição de Anfotericina B por outra formulação de Anfotericina B, uma vez que as formulações de Anfotericina B disponíveis no mercado apresentam doses e métodos de administração diferentes e, portanto, não são intercambiáveis.

    Posologia do Anfotericina B


    A dose diária recomendada para adultos e crianças (incluindo neonatos prematuros) é de 1,0 a 5,0 mg/kg/dia, em uma única infusão a uma taxa de 2,5 mg/kg/h. Para infecções fúngicas do sistema nervoso central (SNC), o tempo de tratamento é de 2 a 6 semanas dependendo da resposta clínica.

    No caso de infecções sistêmicas graves a duração do tratamento deve ser de no mínimo 14 dias.

    A dosagem de Anfotericina B deve ser ajustada de acordo com as necessidades específicas de cada paciente:

    Micoses sistêmicas

    A terapia usualmente é instituída a uma dose de 1,0 mg/kg/dia, podendo ser aumentada até 5,0 mg/kg/dia conforme a necessidade do paciente.

    Leishmaniose visceral

    Poderá ser usada a dose de 3 mg/kg/dia por 5 a 10 dias.

    Infecção fúngica sistêmica em pacientes pediátricos

    A dose recomendada é de 2,0 a 5,0 mg/kg/dia.

    Pacientes idosos

    Pacientes idosos devem ser tratados comparando as doses recomendadas e o peso corporal.

    Pacientes diabéticos

    Anfotericina B pode ser administrado em pacientes diabéticos em doses comparáveis às doses recomendadas considerando o peso corporal do paciente.

    Pacientes com insuficiência renal ou hepática

    Infecções fúngicas sistêmicas em pacientes com insuficiência renal ou hepática foram tratadas com Anfotericina B com dose comparável à dose recomendada considerando o peso corporal do paciente.

    Pacientes pediátricos (uso em crianças e adolescentes)

    Infecções fúngicas sistêmicas foram tratadas com sucesso com Anfotericina B em pacientes pediátricos com idade entre 1 mês e 16 anos com doses comparáveis às doses recomendadas para adultos, considerando o peso corporal do paciente.

    Não há dados suficientes disponíveis sobre eficácia e segurança em bebês com idade inferior a um mês.

    Não há dados disponíveis sobre eficácia e segurança do uso de Anfotericina B em recém-nascidos prematuros sofrendo de infecções fúngicas devido a espécies de aspergillus.

    Quais cuidados devo ter ao usar o Anfotericina B?

    Foram relatados casos de anafilaxia com desoxicolato de Anfotericina B e outros produtos que contêm Anfotericina B. Casos de anafilaxia foram relatados após uso de Anfotericina B com incidência inferior a 0,1%. Caso ocorra dificuldade respiratória grave, a infusão deve ser suspensa imediatamente; o paciente não deve receber outras infusões de Anfotericina B.

    Assim como com qualquer produto que contenha Anfotericina B, a administração inicial de Anfotericina B deve ser realizada sob observação clínica estriita por profissionais com treinamento adequado.

    Reações de hipersensibilidade à infusão

    Reações relacionadas à infusão, incluindo pirexia e calafrios, relatadas após a administração de Anfotericina B são geralmente leves ou moderadas, e são normalmente relatadas durante os dois primeiros dias de administração. Tais reações geralmente diminuem após alguns dias de tratamento e devem ser consideradas medidas cautelares de prevenção ou tratamento dessas reações para pacientes em tratamento com Anfotericina B. Tratamento com dose diária de ácido acetilsalicílico, antipiréticos, anti-histamínicos e antieméticos foi relatado como bem sucedido na prevenção ou tratamento destas reações. A infusão foi raramente associada a casos de hipotensão, broncoespasmo, arritmias, choque, dor no peito e, em certos pacientes, uma diminuição na saturação de oxigênio e cianose.

    Infecções fúngicas sistêmicas

    Anfotericina B não deve ser utilizado para tratamento de infecções fúngicas comuns, superficiais ou infecções fúngicas somente detectáveis a partir de testes cutâneos ou sorológicos.

    Exames laboratoriais

    Os níveis de creatinina sérica devem ser monitorados a intervalos frequentes durante a terapia com Anfotericina B. É também recomendável o monitoramento regular da função hepática, eletrólitos séricos (particularmente magnésio e potássio) e hemograma completo.

    Pacientes que iniciaram o tratamento com Anfotericina B com altos níveis de creatinina sérica (> 2,5 mg/dL) apresentaram decréscimo estatisticamente significativo (p ≤ 0,0003) no nível sérico de creatinina a partir da condição basal nas semanas 1 à 6 do tratamento com Anfotericina B.

    Carcinogênese, mutagênese e redução da fertilidade

    Não foram realizados estudos de longo prazo, em animais, para avaliar o potencial carcinogênico de Anfotericina B.

    Para avaliar o potencial mutagênico de Anfotericina B foram conduzidos os seguintes estudos in vitro (com e sem ativação metabólica) e in vivo: ensaio de mutação reversa bacteriana, ensaio de mutação de progressão do linfoma em camundongo, ensaio de aberração cromossômica em células CHO e ensaio in vivo de micronúcleos em camundongo. Anfotericina B não apresentou efeitos mutagênicos em quaisquer dos ensaios. Os estudos demonstraram que Anfotericina B não teve qualquer impacto sobre a fertilidade dos ratos machos e fêmeas, em doses até 0,32 vezes a dose humana recomendada (com base no parâmetro área de superfície corporal).

    Gravidez

    Estudos sobre a reprodução em ratos e coelhos, com doses até 0,64 vezes a dose humana, não revelaram danos aos fetos. Uma vez que os estudos sobre a reprodução, em animais, não são sempre preditivos da resposta humana e como não foram realizados estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas, Anfotericina B somente deve ser utilizado durante a gravidez se os benefícios do tratamento superem os riscos à mãe e ao feto.

    Amamentação

    Não se sabe se Anfotericina B é excretado no leite materno. Como muitos fármacos são excretados no leite humano e tendo em vista o potencial de reações adversas graves relacionadas ao uso de Anfotericina B em lactentes alimentados ao seio, deve-se decidir entre a suspensão da amamentação ou o uso do fármaco, levando em conta a necessidade do tratamento.

    Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

    Anfotericina B é um medicamento classificado na categoria de risco C na gravidez.

    Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco

    Pacientes Idosos

    Quarenta e nove pacientes idosos, com idade acima de 65 anos, foram tratados com Anfotericina B na dose de 5 mg/kg/dia, em dois estudos abertos e em um estudo de grupo único, prospectivo e menor. Nenhum evento adverso grave inesperado foi relatado.

    Uso pediátrico

    Cento e onze crianças (2 foram recrutadas duas vezes e contadas como pacientes separados), com idades de 16 anos ou menos, onze das quais tinham menos de 1 ano, foram tratadas com Anfotericina B, na dose de 5 mg/kg/dia, em dois estudos abertos e em um pequeno estudo prospectivo de braço único. Em um estudo monocêntrico, 5 crianças com candidíase hepatoesplênica foram tratadas eficazmente com 2,5 mg/kg/dia de Anfotericina B. Não foram reportados eventos adversos graves inesperados. Anfotericina B foi estudado em neonatos e foi constatado que o medicamento é seguro e eficaz no tratamento nesta faixa etária com candidíase invasiva na dosagem de 2,5 mg/kg/dia a 5 mg/kg/dia. Os resultados deste estudo indicaram que não há diferença na disposição de Anfotericina B em neonatos e grupos de outras idades.

    Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas

    Os efeitos do Anfotericina B sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas não foi estudado.

    Algumas das reações adversas de Anfotericina B podem alterar a capacidade do paciente de dirigir e operar máquinas. No entanto, a condição clínica da maioria dos pacientes tratados com Anfotericina B não permite dirigir e operar máquinas.

    Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Anfotericina B?

    Como todos os medicamentos, Anfotericina B pode causar efeitos indesejáveis, embora nem todos os apresentem.

    As reações adversas mais comumente relatadas em estudos clínicos controlados e abertos foram calafrios (16%),aumento de creatinina sérica (13%), pirexia (10%), hipocalemia (9%), náusea (7%) e vômito (6%).

    As reações adversas estão classificadas pela frequência segundo as seguintes convenções:

    • Muito comum (≥ 1/10);
    • Comum (≥ 1/100, < 1/10);
    • Incomum (≥ 1/1.000, < 1/100);
    • Rara (≥ 1/10.000, < 1/1.000);
    • Muito rara (< 1/10.000);
    • Desconhecida (frequência não pôde ser estimada com base dos dados disponíveis).

    As reações adversas listadas a seguir foram relacionadas ao tratamento com Anfotericina B durante estudos clínicos e/ou período pós-comercialização:

    Distúrbios do Sangue e Sistema Linfático

    Comum

    Trombocitopenia.

    Distúrbios do Sistema Imunológico

    Incomum

    Resposta anafilática.

    Distúrbios do Metabolismo e Nutricionais

    Comum

    Hiperbilirrubinemia, distúrbio eletrolítico (incluindo hipocalemia, hipercalemia e hipomagnesemia).

    Distúrbios do Sistema Nervoso

    Comum

    Cefaleia, tremor.

    Incomum

    Convulsão, neuropatia.

    Distúrbios Cardíacos

    Comum

    Taquicardia, arritmias cardíacas.

    Incomum

    Parada cardiorrespiratória.

    Distúrbios Vasculares

    Comum

    Hipertensão, hipotensão.

    Incomum

    Choque.

    Distúrbios Respiratórios, Torácicos e do Mediastino

    Comum

    Dispneia, asma.

    Incomum

    Insuficiência respiratória.

    Desconhecido

    Broncoespasmo.

    Distúrbios Gastrintestinais

    Comum

    Náusea, vômito, dor abdominal.

    Distúrbios Hepatobiliares

    Comum

    Alteração de testes de função hepática.

    Distúrbios da Pele e Tecido Subcutâneo

    Comum

    Rash cutâneo.

    Incomum

    Prurido.

    Desconhecido

    Dermatite esfoliativa.

    Distúrbios Musculoesqueléticos e do Tecido Conectivo

    Incomum

    Mialgia.

    Distúrbios Renais e Urinários

    Comum

    Deficiência renal (incluindo insuficiência renal).

    Desconhecido

    Hipostenúria, acidose tubular renal, diabetes insipidus nefrogênico.

    Distúrbios Gerais e do Local de Administração

    Muito comum

    Calafrios, pirexia.

    Incomum

    Reação no local de administração.

    Investigações

    Muito comum

    Aumento de creatinina sérica.

    Comum

    Aumento sanguíneo da fosfatase alcalina, uremia.

    Reações de hipersensibilidade à infusão foram associadas a dor abdominal, náusea, vômito, mialgia, prurido, rash maculopapular, pirexia, hipotensão, choque, broncoespasmo, insuficiência respiratória, dor no peito e em certos pacientes uma diminuição na saturação de oxigênio e cianose.

    Testes de função hepática anormais foram relatados após o uso de Anfotericina B e outros medicamentos contendo Anfotericina B associado a outros fatores, tais como infecção, hiperalimentação, administração concomitante com fármacos hepatotóxicos e doença do enxerto contra o hospedeiro.

    População pediátrica

    As reações adversas observadas em pacientes pediátricos e adolescentes são semelhantes às observadas em pacientes adultos.

    Outras populações especiais

    Em um estudo randomizado controlado incluindo pacientes com idade superior a 65 anos, o perfil de reações adversas foi semelhante ao observado em adultos com idade inferior a 65 anos. Exceções importantes foram hipercreatinemia e dispneia, que foram observadas com maior frequência em pacientes com idade superior a 65 anos tanto com uso de Anfotericina B quanto com o uso de Anfotericina B.

    Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - Notivisa, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

    Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Anfotericina B com outros remédios?

    Não foram conduzidos estudos formais de interação de Anfotericina B com outros fármacos. Entretanto, quando administrados concomitantemente, os fármacos descritos abaixo são conhecidos por interagir com a Anfotericina B, podendo assim, interagir com Anfotericina B.

    Interações medicamento-medicamento

    Agentes antineoplásicos

    O uso simultâneo de agentes antineoplásicos e Anfotericina B pode aumentar o potencial para toxicidade renal, broncoespasmo e hipotensão. Deve-se ter muito cuidado quando da administração concomitante de agentes antineoplásicos e Anfotericina B.

    Corticosteroides e corticotropina (ACTH)

    O uso concomitante de corticosteroides ou corticotropina com Anfotericina B pode potencializar a hipocalemia, podendo predispor o paciente à disfunção cardíaca; se usados concomitantemente com Anfotericina B, os eletrólitos séricos e a função cardíaca devem ser estreitamente monitorados.

    Ciclosporina A

    Dados de interação medicamentosa de medicamentos contendo Anfotericina B indicam que pacientes recebendo Anfotericina B concomitantemente com altas doses de ciclosporina A apresentaram aumento da creatinina sérica, causada por administração simultânea destes dois fármacos. No entanto, Anfotericina B mostrou ser menos nefrotóxico do que a Anfotericina B convencional.

    Glicosídeos digitálicos

    O uso concomitante com Anfotericina B pode induzir hipocalemia e potencializar a toxicidade digitálica. Quando administrados concomitantemente com Anfotericina B, os níveis séricos de potássio devem ser estreitamente monitorados.

    Flucitosina

    O uso concomitante de flucitosina com preparações contendo Anfotericina B pode aumentar a toxicidade da flucitosina por uma possível elevação da sua captação celular e/ou comprometimento da sua excreção renal. Deve-se ter cautela na administração concomitante da flucitosina com Anfotericina B.

    Imidazóis (p.ex.: cetoconazol, miconazol, clotrimazol, fluconazol)

    Antagonismo entre Anfotericina B e derivados imidazólicos tais como miconazol e cetoconazol, que inibem a síntese de ergosterol, foi reportado tanto em estudos in vitro quanto em animais in vivo. A importância clínica destes achados não foi determinada.

    Outros medicamentos nefrotóxicos

    O uso simultâneo de Anfotericina B e agentes tais como aminoglicosídeos e pentamidina podem aumentar o potencial de toxicidade renal droga-induzida. O uso simultâneo de Anfotericina B e aminoglicosídeos ou pentamidina requer muito cuidado. Recomenda-se monitoração intensiva da função renal em pacientes que requeiram qualquer combinação de medicamentos nefrotóxicos.

    Relaxantes musculoesqueléticos

    A hipocalemia induzida pela Anfotericina B pode aumentar o efeito curarizante dos relaxantes músculos-esqueléticos (tubocurarina, por exemplo). Quando administrados simultaneamente com Anfotericina B, os níveis de potássio sérico devem ser monitorados a intervalos frequentes.

    Zidovudina

    Mielotoxicidade exacerbada e nefrotoxicidade foram observadas em cães que receberam administração simultânea de Anfotericina B (1,5 ou 5,0 mg/kg/dia) e zidovudina durante 30 dias. Ao se usar zidovudina e Anfotericina B simultaneamente, as funções renais e hematológicas devem ser monitoradas a intervalos frequentes.

    Interações medicamento-exame laboratorial

    Transfusões de leucócitos

    Toxicidade pulmonar aguda foi relatada em pacientes recebendo Anfotericina B convencional e transfusões de leucócitos. Não se deve administrar, ao mesmo tempo, transfusões de leucócitos e Anfotericina B.

    Qual a ação da substância do Anfotericina B?

    Resultados de Eficácia


    Infecções Fúngicas

    Duzentos e oitenta e dois pacientes refratários ou intolerantes à Anfotericina B convencional, ou para os quais esta mostrou-se nefrotóxica, portadores de aspergiloses (n=111), candidíases (n=87), zigomicoses (n=25), criptococoses (n=16), fusarioses (n=11) e outras infecções fúngicas, foram tratados com Anfotericina B em três estudos abertos. Os resultados destes estudos demonstraram a efetividade de Anfotericina B no tratamento de infecções fúngicas invasivas.

    Efeitos sobre a função renal

    Pacientes com aspergilose que iniciaram o tratamento com Anfotericina B com níveis de creatinina sérica acima de 2,5 mg/dL apresentaram declínio do nível deste parâmetro durante o tratamento (Figura 1). Em um estudo retrospectivo de controle os níveis de creatinina sérica de pacientes tratados com Anfotericina B apresentaram-se mais baixos quando comparados com os níveis dos pacientes tratados com Anfotericina B convencional (Figura 1).

    Figura 1: Alterações do nível médio de creatinina sérica ao longo do tempo Pacientes com aspergilose e creatinina sérica > 2,5 mg/dL na condição basal

    [ ] = Número de pacientes em cada ponto de tempo.

    Nota: As curvas não representam a evolução clínica de um paciente, mas sim a evolução clínica de uma coorte de pacientes em um estudo aberto.

    Figura 2: Alterações do nível médio de creatinina sérica ao longo do tempo Pacientes com infecções fúngicas e creatinina sérica > 2,5 mg/dL na condição basal

    [ ] = Número de pacientes em cada ponto de tempo.

    Nota: As curvas não representam a evolução clínica de um paciente, mas sim a evolução clínica de uma coorte de pacientes em um estudo aberto.

    Em um estudo randomizado de Anfotericina B para o tratamento de candidíase invasiva em pacientes com função renal normal ao início do estudo, a incidência de nefrotoxicidade foi significativamente menor no grupo tratado com Anfotericina B na dose de 5 mg/kg/dia do que no grupo tratado com Anfotericina B convencional na dose de 0,7 mg/kg/dia.

    Apesar de geralmente observar-se menor nefrotoxicidade de Anfotericina B na dose de 5 mg/kg/dia quando comparado com terapia com Anfotericina B convencional na dose de 0,6-1,0 mg/kg/dia, é possível, ainda assim, verificar-se toxicidade renal dose-limitante com Anfotericina B. A toxicidade renal de doses superiores a 5 mg/kg/dia de Anfotericina B não foi formalmente estudada.

    Características Farmacológicas


    Grupo Farmacoterapêutico: Antimicóticos para Uso Sistêmico.
    Código ATC: J02AA01.

    Anfotericina B é uma suspensão estéril, apirogênica, para infusão intravenosa.

    Anfotericina B consiste de Anfotericina B complexada com dois fosfolipídios em razão molar de fármaco-lipídio de 1:1. Os dois fosfolipídios, L-α-dimiristoilfosfatidilcolina (DMPC) e L-α-dimiristoilfosfatidilglicerol (DMPG), estão presentes em razão molar de 7:3. Anfotericina B é uma suspensão amarela e opaca, com pH entre 5 e 7.

    Nota: A encapsulação lipossomal ou a incorporação em um complexo lipídico pode afetar substancialmente as propriedades funcionais do fármaco, em comparação às propriedades do fármaco não encapsulado ou não complexado a lipídios. Adicionalmente, diferentes produtos lipossomais ou complexos lipídicos diferentes, com um mesmo princípio ativo, podem diferir na composição química e na forma física do componente lipídico. Tais diferenças podem afetar as propriedades funcionais dos medicamentos.

    A Anfotericina B, um polieno, é um antibiótico antifúngico produzido por uma cepa de Streptomyces nodosus. É quimicamente designado como:

    [1R-(1R*,3S*,5R*,6R*,9R*,11R*,15S*,16R*,17R*,18S*,19E,21E,23E,25E,27E,29E,31E,33R*,35S*, 36R*,37S*)]-33-[(3-Amino-3,6-dideoxi-b-D-manopirasonil)oxi]-1,3,5,6,9,11,17,37-octahidroxi-15,16,18-trimetil-13-oxo-14,39- dioxabiciclo[33.3.1]nonatriaconta-19,21,23,25,27,29,31-heptaeno-36-ácido carboxílico.

    Apresenta peso molecular de 924,09 e fórmula molecular C47H73NO17. Sua fórmula estrutural é:

    Propriedades Farmacodinâmicas

    Mecanismo de Ação

    Anfotericina B age através ligação aos esteroides da membrana celular de fungos suscetíveis, resultando em uma alteração da permeabilidade da membrana. As membranas celulares dos mamíferos também contêm esteroides, acreditando-se que os danos às células humanas ocorrem por intermédio do mesmo mecanismo de ação.

    Atividade in vitro e in vivo

    Anfotericina B mostrou atividade in vitro contra Aspergillus sp. (n=3) e Candida sp. (n=10), com CIMs geralmente < 1 µg/mL. Dependendo das espécies e cepas de Aspergillus e Candida testadas, diferenças significativas in vitro na suscetibilidade à Anfotericina B (CIMs variando de 0,1 a > 10 µg/ml) foram relatadas. Entretanto, não foram estabelecidas técnicas padronizadas para testes de suscetibilidade de agentes antifúngicos, e os resultados dos estudos de suscetibilidade necessariamente não se correlacionam com os resultados clínicos.

    Anfotericina B é ativo em modelos animais contra Aspergillus fumigatus, Candida albicans, C. guillermondi, C. stellatoideae e C. tropicalis, Cryptococcus sp., Coccidioidomyces sp., Histoplasma sp. e Blastomyces sp., nos quais os objetivos foram a eliminação dos microrganismos do(s) órgão(s) alvo(s) e/ou o aumento da sobrevida dos animais infectados.

    Propriedades Farmacocinéticas

    O ensaio usado para dosar a Anfotericina B no sangue após a administração de Anfotericina B não distingue a Anfotericina B complexada com fosfolipídios, de Anfotericina B, da Anfotericina B não complexada.

    A farmacocinética da Anfotericina B após a administração de Anfotericina B é não linear. O volume de distribuição e a depuração do sangue aumentam com o aumento da dose de Anfotericina B, resultando em aumentos não proporcionais das concentrações sanguíneas de Anfotericina B na faixa de doses de 0,6 - 5,0 mg/kg/dia.

    Os parâmetros farmacocinéticos da Anfotericina B no sangue total após a administração de Anfotericina B e desoxicolato de Anfotericina B são:

    Parâmetros farmacocinéticos da Anfotericina B no sangue total em pacientes aos quais se administraram doses múltiplas de Anfotericina B ou desoxicolato de Anfotericina B

    Parâmetro farmacocinético

    Anfotericina B 5,0 mg/kg/dia por 5-7 dias Média ± SD

    Anfotericina B 0,6 mg/kg/dia por 42 dias 1 Média ± SD

    Concentração máxima (μg/ml)

    1,7 ± 0,8 (n=10) 2

    1,1 ± 0,2 (n=5)

    Concentração ao final do intervalo entre as doses (μg/ml)

    0,6 ± 0,3 (n=10) 2

    0,4 ± 0,2 (n=5)

    Área sob a curva concentração sanguínea/tempo (AUC0-24h ) (µg*h/mL)

    14 ± 7 (n=14) 2,3

    17,1 ± 5 (n=5)

    Depuração (mL/h*kg)

    436 ± 188,5 (n=14) 2,3

    38 ± 15 (n=5)

    Volume de distribuição aparente (Vdárea ) (L/kg)

    131 ± 57,7 (n=8) 3

    5 ± 2,8 (n=5)

    Meia-vida de eliminação terminal (h)

    173,4 ± 78 (n=8) 3

    91,1 ± 40,9 (n=5)

    Quantidade excretada na urina nas 24 horas após a última dose (% da dose) 4

    0,9 ± 0,4 (n=8) 3

    9,6 ± 2,5 (n=8)

    1 Dados de pacientes com leishmaniose mucocutânea. Velocidade de infusão de 0,25 mg/kg/h.
    2 Dados de estudos em pacientes com câncer citologicamente comprovado sendo tratados com quimioterapia ou pacientes neutropênicos com infecção fúngica presumida ou comprovada. Velocidade de infusão de 2,5 mg/kg/h.
    3 Dados de pacientes com leishmaniose mucocutânea. Velocidade de infusão de 4 mg/kg/h.
    4 Percentagem da dose excretada em 24 horas após a última dose.

    O grande volume de distribuição e a alta depuração sanguínea da Anfotericina B após administração de Anfotericina B provavelmente refletem captação pelos tecidos. A longa meia-vida de eliminação final provavelmente reflete uma lenta redistribuição dos tecidos. Embora a Anfotericina B seja excretada lentamente, existe uma pequena acumulação no sangue após administração de múltiplas doses. A AUC da Anfotericina B aumentou aproximadamente 34% a partir do dia 1 após a administração de Anfotericina B, na dose de 5 mg/kg/dia durante 7 dias. Os efeitos do gênero ou da raça sobre a farmacocinética de Anfotericina B não foram estudados.

    As concentrações tissulares de Anfotericina B (descritas na tabela abaixo) foram obtidas da autópsia de um paciente submetido a transplante cardíaco que recebeu três doses de Anfotericina B de 5,3 mg/kg/dia:

    Concentrações Tissulares

    Órgão

    Concentração Tissular de Anfotericina B (µg/g)

    Baço

    290

    Pulmão

    222

    Fígado

    196

    Nódulos Linfáticos

    7,6

    Rim

    6,9

    Coração

    5

    Cérebro

    1,6

    Este padrão de distribuição é consistente com o observado em estudos pré-clínicos em cães, nos quais as maiores concentrações de Anfotericina B, após administração de Anfotericina B, foram observadas no fígado, baço e pulmão; entretanto, a relação entre as concentrações tissulares de Anfotericina B, quando administrada como Anfotericina B, e sua atividade biológica é desconhecida.

    Populações Especiais

    Insuficiência Hepática

    O efeito da insuficiência hepática sobre a disponibilidade de Anfotericina B não é conhecido, porém observa-se em estudo que mesmo quando há comprometimento hepático por infecção fúngica invasiva, as enzimas hepáticas se mantiveram inalteradas na vigência do tratamento e a concentração hepática de Anfotericina B permaneceu alta.

    Pacientes com insuficiência hepática devido à infecção, doença do enxerto contra o hospedeiro, outras doenças hepáticas ou administração concomitante de fármacos hepatotóxicos foram tratados com sucesso com Anfotericina B.

    Insuficiência Renal

    Estudos demonstram a segurança de Anfotericina B em pacientes com insuficiência renal, e mesmo em pacientes com tendência à disfunção renal. A dose ideal não foi estabelecida, mesmo assim, os estudos relatam que não existe dose limite para a nefrotoxicidade, mesmo sendo essa dose maior que 5 mg/kg/dia. Conclui-se ainda que os níveis séricos de creatinina devem ser monitorados durante o tratamento.

    Sendo Anfotericina B uma droga potencialmente nefrotóxica, deve ser realizado um monitoramento da função renal antes de iniciar o tratamento em pacientes com doença renal pré-existente ou que já tiveram insuficiência renal e, regularmente, durante a terapia.

    Anfotericina B pode ser administrado em pacientes durante a diálise renal ou hemofiltração. Os níveis séricos de potássio e magnésio séricos devem ser monitorados regularmente.

    Hemodiálise ou diálise peritoneal não aumentam visivelmente a taxa de eliminação da Anfotericina B.

    Pacientes Idosos

    A farmacocinética e a farmacodinâmica em pacientes idosos (≥ 65 anos de idade) não foram estudadas, entretanto infecções fúngicas sistêmicas têm sido tratadas em pacientes idosos (≥ 65 anos de idade) em doses comparáveis à dose recomendada para o peso corporal.

    Pacientes Pediátricos

    Estudos em pacientes pediátricos indicam que a eficácia do tratamento foi mantida tanto nas doses mínimas como nas doses máximas. Além disso, a toxicidade foi diminuída nas doses menores. Anfotericina B foi estudado em neonatos e foi constatado que o medicamento é seguro e eficaz no tratamento nesta faixa etária com candidíase invasiva na dosagem de 2,5 mg/kg/dia à 5 mg/kg/dia. Os resultados deste estudo indicaram que não há diferença na disposição de Anfotericina B em neonatos e grupos de outras idades.

    Qual a ação da substância do Anfotericina B?

    Resultados de Eficácia


    Infecções Fúngicas

    Duzentos e oitenta e dois pacientes refratários ou intolerantes à Anfotericina B convencional, ou para os quais esta mostrou-se nefrotóxica, portadores de aspergiloses (n=111), candidíases (n=87), zigomicoses (n=25), criptococoses (n=16), fusarioses (n=11) e outras infecções fúngicas, foram tratados com Anfotericina B em três estudos abertos. Os resultados destes estudos demonstraram a efetividade de Anfotericina B no tratamento de infecções fúngicas invasivas.

    Efeitos sobre a função renal

    Pacientes com aspergilose que iniciaram o tratamento com Anfotericina B com níveis de creatinina sérica acima de 2,5 mg/dL apresentaram declínio do nível deste parâmetro durante o tratamento (Figura 1). Em um estudo retrospectivo de controle os níveis de creatinina sérica de pacientes tratados com Anfotericina B apresentaram-se mais baixos quando comparados com os níveis dos pacientes tratados com Anfotericina B convencional (Figura 1).

    Figura 1: Alterações do nível médio de creatinina sérica ao longo do tempo Pacientes com aspergilose e creatinina sérica > 2,5 mg/dL na condição basal

    [ ] = Número de pacientes em cada ponto de tempo.

    Nota: As curvas não representam a evolução clínica de um paciente, mas sim a evolução clínica de uma coorte de pacientes em um estudo aberto.

    Figura 2: Alterações do nível médio de creatinina sérica ao longo do tempo Pacientes com infecções fúngicas e creatinina sérica > 2,5 mg/dL na condição basal

    [ ] = Número de pacientes em cada ponto de tempo.

    Nota: As curvas não representam a evolução clínica de um paciente, mas sim a evolução clínica de uma coorte de pacientes em um estudo aberto.

    Em um estudo randomizado de Anfotericina B para o tratamento de candidíase invasiva em pacientes com função renal normal ao início do estudo, a incidência de nefrotoxicidade foi significativamente menor no grupo tratado com Anfotericina B na dose de 5 mg/kg/dia do que no grupo tratado com Anfotericina B convencional na dose de 0,7 mg/kg/dia.

    Apesar de geralmente observar-se menor nefrotoxicidade de Anfotericina B na dose de 5 mg/kg/dia quando comparado com terapia com Anfotericina B convencional na dose de 0,6-1,0 mg/kg/dia, é possível, ainda assim, verificar-se toxicidade renal dose-limitante com Anfotericina B. A toxicidade renal de doses superiores a 5 mg/kg/dia de Anfotericina B não foi formalmente estudada.

    Características Farmacológicas


    Grupo Farmacoterapêutico: Antimicóticos para Uso Sistêmico.
    Código ATC: J02AA01.

    Anfotericina B é uma suspensão estéril, apirogênica, para infusão intravenosa.

    Anfotericina B consiste de Anfotericina B complexada com dois fosfolipídios em razão molar de fármaco-lipídio de 1:1. Os dois fosfolipídios, L-α-dimiristoilfosfatidilcolina (DMPC) e L-α-dimiristoilfosfatidilglicerol (DMPG), estão presentes em razão molar de 7:3. Anfotericina B é uma suspensão amarela e opaca, com pH entre 5 e 7.

    Nota: A encapsulação lipossomal ou a incorporação em um complexo lipídico pode afetar substancialmente as propriedades funcionais do fármaco, em comparação às propriedades do fármaco não encapsulado ou não complexado a lipídios. Adicionalmente, diferentes produtos lipossomais ou complexos lipídicos diferentes, com um mesmo princípio ativo, podem diferir na composição química e na forma física do componente lipídico. Tais diferenças podem afetar as propriedades funcionais dos medicamentos.

    A Anfotericina B, um polieno, é um antibiótico antifúngico produzido por uma cepa de Streptomyces nodosus. É quimicamente designado como:

    [1R-(1R*,3S*,5R*,6R*,9R*,11R*,15S*,16R*,17R*,18S*,19E,21E,23E,25E,27E,29E,31E,33R*,35S*, 36R*,37S*)]-33-[(3-Amino-3,6-dideoxi-b-D-manopirasonil)oxi]-1,3,5,6,9,11,17,37-octahidroxi-15,16,18-trimetil-13-oxo-14,39- dioxabiciclo[33.3.1]nonatriaconta-19,21,23,25,27,29,31-heptaeno-36-ácido carboxílico.

    Apresenta peso molecular de 924,09 e fórmula molecular C47H73NO17. Sua fórmula estrutural é:

    Propriedades Farmacodinâmicas

    Mecanismo de Ação

    Anfotericina B age através ligação aos esteroides da membrana celular de fungos suscetíveis, resultando em uma alteração da permeabilidade da membrana. As membranas celulares dos mamíferos também contêm esteroides, acreditando-se que os danos às células humanas ocorrem por intermédio do mesmo mecanismo de ação.

    Atividade in vitro e in vivo

    Anfotericina B mostrou atividade in vitro contra Aspergillus sp. (n=3) e Candida sp. (n=10), com CIMs geralmente < 1 µg/mL. Dependendo das espécies e cepas de Aspergillus e Candida testadas, diferenças significativas in vitro na suscetibilidade à Anfotericina B (CIMs variando de 0,1 a > 10 µg/ml) foram relatadas. Entretanto, não foram estabelecidas técnicas padronizadas para testes de suscetibilidade de agentes antifúngicos, e os resultados dos estudos de suscetibilidade necessariamente não se correlacionam com os resultados clínicos.

    Anfotericina B é ativo em modelos animais contra Aspergillus fumigatus, Candida albicans, C. guillermondi, C. stellatoideae e C. tropicalis, Cryptococcus sp., Coccidioidomyces sp., Histoplasma sp. e Blastomyces sp., nos quais os objetivos foram a eliminação dos microrganismos do(s) órgão(s) alvo(s) e/ou o aumento da sobrevida dos animais infectados.

    Propriedades Farmacocinéticas

    O ensaio usado para dosar a Anfotericina B no sangue após a administração de Anfotericina B não distingue a Anfotericina B complexada com fosfolipídios, de Anfotericina B, da Anfotericina B não complexada.

    A farmacocinética da Anfotericina B após a administração de Anfotericina B é não linear. O volume de distribuição e a depuração do sangue aumentam com o aumento da dose de Anfotericina B, resultando em aumentos não proporcionais das concentrações sanguíneas de Anfotericina B na faixa de doses de 0,6 - 5,0 mg/kg/dia.

    Os parâmetros farmacocinéticos da Anfotericina B no sangue total após a administração de Anfotericina B e desoxicolato de Anfotericina B são:

    Parâmetros farmacocinéticos da Anfotericina B no sangue total em pacientes aos quais se administraram doses múltiplas de Anfotericina B ou desoxicolato de Anfotericina B

    Parâmetro farmacocinético

    Anfotericina B 5,0 mg/kg/dia por 5-7 dias Média ± SD

    Anfotericina B 0,6 mg/kg/dia por 42 dias 1 Média ± SD

    Concentração máxima (μg/ml)

    1,7 ± 0,8 (n=10) 2

    1,1 ± 0,2 (n=5)

    Concentração ao final do intervalo entre as doses (μg/ml)

    0,6 ± 0,3 (n=10) 2

    0,4 ± 0,2 (n=5)

    Área sob a curva concentração sanguínea/tempo (AUC0-24h ) (µg*h/mL)

    14 ± 7 (n=14) 2,3

    17,1 ± 5 (n=5)

    Depuração (mL/h*kg)

    436 ± 188,5 (n=14) 2,3

    38 ± 15 (n=5)

    Volume de distribuição aparente (Vdárea ) (L/kg)

    131 ± 57,7 (n=8) 3

    5 ± 2,8 (n=5)

    Meia-vida de eliminação terminal (h)

    173,4 ± 78 (n=8) 3

    91,1 ± 40,9 (n=5)

    Quantidade excretada na urina nas 24 horas após a última dose (% da dose) 4

    0,9 ± 0,4 (n=8) 3

    9,6 ± 2,5 (n=8)

    1 Dados de pacientes com leishmaniose mucocutânea. Velocidade de infusão de 0,25 mg/kg/h.
    2 Dados de estudos em pacientes com câncer citologicamente comprovado sendo tratados com quimioterapia ou pacientes neutropênicos com infecção fúngica presumida ou comprovada. Velocidade de infusão de 2,5 mg/kg/h.
    3 Dados de pacientes com leishmaniose mucocutânea. Velocidade de infusão de 4 mg/kg/h.
    4 Percentagem da dose excretada em 24 horas após a última dose.

    O grande volume de distribuição e a alta depuração sanguínea da Anfotericina B após administração de Anfotericina B provavelmente refletem captação pelos tecidos. A longa meia-vida de eliminação final provavelmente reflete uma lenta redistribuição dos tecidos. Embora a Anfotericina B seja excretada lentamente, existe uma pequena acumulação no sangue após administração de múltiplas doses. A AUC da Anfotericina B aumentou aproximadamente 34% a partir do dia 1 após a administração de Anfotericina B, na dose de 5 mg/kg/dia durante 7 dias. Os efeitos do gênero ou da raça sobre a farmacocinética de Anfotericina B não foram estudados.

    As concentrações tissulares de Anfotericina B (descritas na tabela abaixo) foram obtidas da autópsia de um paciente submetido a transplante cardíaco que recebeu três doses de Anfotericina B de 5,3 mg/kg/dia:

    Concentrações Tissulares

    Órgão

    Concentração Tissular de Anfotericina B (µg/g)

    Baço

    290

    Pulmão

    222

    Fígado

    196

    Nódulos Linfáticos

    7,6

    Rim

    6,9

    Coração

    5

    Cérebro

    1,6

    Este padrão de distribuição é consistente com o observado em estudos pré-clínicos em cães, nos quais as maiores concentrações de Anfotericina B, após administração de Anfotericina B, foram observadas no fígado, baço e pulmão; entretanto, a relação entre as concentrações tissulares de Anfotericina B, quando administrada como Anfotericina B, e sua atividade biológica é desconhecida.

    Populações Especiais

    Insuficiência Hepática

    O efeito da insuficiência hepática sobre a disponibilidade de Anfotericina B não é conhecido, porém observa-se em estudo que mesmo quando há comprometimento hepático por infecção fúngica invasiva, as enzimas hepáticas se mantiveram inalteradas na vigência do tratamento e a concentração hepática de Anfotericina B permaneceu alta.

    Pacientes com insuficiência hepática devido à infecção, doença do enxerto contra o hospedeiro, outras doenças hepáticas ou administração concomitante de fármacos hepatotóxicos foram tratados com sucesso com Anfotericina B.

    Insuficiência Renal

    Estudos demonstram a segurança de Anfotericina B em pacientes com insuficiência renal, e mesmo em pacientes com tendência à disfunção renal. A dose ideal não foi estabelecida, mesmo assim, os estudos relatam que não existe dose limite para a nefrotoxicidade, mesmo sendo essa dose maior que 5 mg/kg/dia. Conclui-se ainda que os níveis séricos de creatinina devem ser monitorados durante o tratamento.

    Sendo Anfotericina B uma droga potencialmente nefrotóxica, deve ser realizado um monitoramento da função renal antes de iniciar o tratamento em pacientes com doença renal pré-existente ou que já tiveram insuficiência renal e, regularmente, durante a terapia.

    Anfotericina B pode ser administrado em pacientes durante a diálise renal ou hemofiltração. Os níveis séricos de potássio e magnésio séricos devem ser monitorados regularmente.

    Hemodiálise ou diálise peritoneal não aumentam visivelmente a taxa de eliminação da Anfotericina B.

    Pacientes Idosos

    A farmacocinética e a farmacodinâmica em pacientes idosos (≥ 65 anos de idade) não foram estudadas, entretanto infecções fúngicas sistêmicas têm sido tratadas em pacientes idosos (≥ 65 anos de idade) em doses comparáveis à dose recomendada para o peso corporal.

    Pacientes Pediátricos

    Estudos em pacientes pediátricos indicam que a eficácia do tratamento foi mantida tanto nas doses mínimas como nas doses máximas. Além disso, a toxicidade foi diminuída nas doses menores. Anfotericina B foi estudado em neonatos e foi constatado que o medicamento é seguro e eficaz no tratamento nesta faixa etária com candidíase invasiva na dosagem de 2,5 mg/kg/dia à 5 mg/kg/dia. Os resultados deste estudo indicaram que não há diferença na disposição de Anfotericina B em neonatos e grupos de outras idades.

    Fontes consultadas

    • Bula do Profissional do Medicamento Abelcet®.

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    Consulta também aBula do Anfotericina B

    O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica do(a) farmacêutica responsável: Karime Halmenschlager Sleiman (CRF- PR 39421). Última atualização: 18 de Março de 2025.

    Karime Halmenschlager Sleiman
    Revisado clinicamente por: Karime Halmenschlager Sleiman.Atualizado em: 04 de Setembro de 2020.
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